Altimar Rocha é um artista plástico cuja prática explora questões de memória, identidade e ancestralidade, especialmente ligadas à cultura negra e à diáspora africana no Brasil. Sua trajetória começou com o grafite e a intervenção urbana, evoluindo para uma pesquisa focada em histórias pessoais e coletivas. Altimar utiliza materiais carregados de simbolismo, como pigmentos de terra e elementos cotidianos, para investigar o apagamento cultural e a conexão com suas origens baianas. Suas obras frequentemente dialogam com o público por meio de emoções intensas, como. saudade e resistência, trazendo à tona narrativas que foram silenciadas. Atualmente, seus projetos exploram as relações entre memória, espaço e performance, buscando reconstituir laços familiares.
Altimar Rocha é artista plástico, com trabalho centrado na memória, na cultura negra e nas relações afetivas. Suas obras investigam o apagamento cultural e a reconexão com suas origens por meio de materiais simbólicos e processos empíricos. Atualmente, desenvolve projetos que dialogam com identidade, ancestralidade e resistência.
De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?
Minha jornada no mundo da arte começou na infância, quando tive meu primeiro contato com a pintura aos 8 anos. Contudo, foi na adolescência, por volta dos 17 anos, que retomei a prática artística por meio do grafite e da pixação, formas de expressão que me conecta às ruas e à estética urbana. Essas experiências despertaram em mim um olhar crítico para a cidade, sua dinâmica e as histórias que se escondem em seus muros.
A arte se tornou um meio para expressar sentimentos que, por muito tempo, não pude externar, como dor, medo e saudade. Com o tempo, expandi minha prática para outras linguagens, como a xilogravura, as instalações e performances, sempre guiadas por uma abordagem empírica e autêntica.
Hoje, meu trabalho reflete minha trajetória de vida, desde as intervenções nas ruas até a busca por me reconectar com minhas origens e ancestralidade . A arte não é apenas um ofício, mas um espaço onde explorar minha identidade, minhas memórias e as histórias que desejo contar.
A arte se tornou um meio para expressar sentimentos que, por muito tempo, não pude externar, como dor, medo e saudade. Com o tempo, expandi minha prática para outras linguagens, como a xilogravura, as instalações e performances, sempre guiadas por uma abordagem empírica e autêntica.
Hoje, meu trabalho reflete minha trajetória de vida, desde as intervenções nas ruas até a busca por me reconectar com minhas origens e ancestralidade . A arte não é apenas um ofício, mas um espaço onde explorar minha identidade, minhas memórias e as histórias que desejo contar.
Como descreveria seu estilo artístico?
Meu estilo artístico não segue os caminhos convencionais do sistema de arte. Ele nasceu das minhas experiências urbanas e das ruas, onde comecei minha trajetória com a pichação e o grafite. Essas práticas foram minha primeira forma de expressão artística, carregando o caráter cru e direto da cidade, com mensagens que ocupavam o espaço público e dialogavam com a vida cotidiana.
Hoje, meu trabalho reflete essa origem urbana, mas se expande para outras linguagens, mantendo o espírito de contestação e conexão emocional. Meu estilo carrega traços empíricos, porque tudo que desenvolvo vem do aprendizado vívido e não de uma formação tradicional em arte. É um estilo que mistura o caos e a beleza da vida urbana, explorando sentimentos.
Minhas obras buscam não apenas narrar histórias pessoais, mas também provocar reflexões sobre as dinâmicas sociais e culturais que moldam nossa existência
Hoje, meu trabalho reflete essa origem urbana, mas se expande para outras linguagens, mantendo o espírito de contestação e conexão emocional. Meu estilo carrega traços empíricos, porque tudo que desenvolvo vem do aprendizado vívido e não de uma formação tradicional em arte. É um estilo que mistura o caos e a beleza da vida urbana, explorando sentimentos.
Minhas obras buscam não apenas narrar histórias pessoais, mas também provocar reflexões sobre as dinâmicas sociais e culturais que moldam nossa existência
Como é o seu processo criativo?
Atualmente, tenho-me aprofundado na pesquisa e no uso da cor azul em minhas obras. A partir dessa cor, desenvolvo minhas telas, que muitas vezes possuem características de autorretrato, mas nem todas são. No entanto, em cada trabalho, de alguma forma , estou ali. Eu trabalho apenas com aquilo que sei, e a única pessoa que realmente acho que sou eu.
Quando sinto um sentimento que preciso expressar por meio da pintura, primeiro penso sobre ele: como ele me afeta, como me sinto diante dele, e, a partir dessa reflexão, busco a forma de representá-lo na tela. É um processo de introspecção, onde o sentimento se transforma em uma cor, uma forma, uma textura. A pintura é o meio pelo qual externalizo algo que, muitas vezes, só eu posso compreender, mas que também tento fazer com que ressoe com os outros.
Quando sinto um sentimento que preciso expressar por meio da pintura, primeiro penso sobre ele: como ele me afeta, como me sinto diante dele, e, a partir dessa reflexão, busco a forma de representá-lo na tela. É um processo de introspecção, onde o sentimento se transforma em uma cor, uma forma, uma textura. A pintura é o meio pelo qual externalizo algo que, muitas vezes, só eu posso compreender, mas que também tento fazer com que ressoe com os outros.
Qual é o significado da arte em sua vida?
A arte, para mim, é uma forma de tirar um pouco do ódio que carrego dentro de mim, algo que cresce cada vez mais. Na pichação, eu trago o ódio; na pintura, também. Nas minhas falas, ele está presente. Eu pinto porque, talvez, um dia esse ódio se transforma em algo mais. Não é difícil carregar esse ódio, mas é uma maneira de expressar algo que faz parte de mim, algo que preciso colocar para fora. dar vazão a esse sentimento e, quem sabe, de buscar alguma forma de mudança no que sinto.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
No meu ponto de vista, o papel do artista na sociedade de hoje é ser um agente de reflexão e transformação. A arte tem a capacidade de questionar, provocar e mostrar o que é ignorado ou silenciado. Para mim, a arte não é uma brincadeira ou algo superficial; ela é uma ferramenta séria, uma forma de expor a dor, a resistência e a realidade de quem não tem voz. dar visibilidade a esses temas e, ao mesmo tempo, criar um espaço para a reflexão e a mudança. A arte deve incomodar, questionar as normas e, ao fazer isso, ajudar a sociedade a se tornar mais consciente, empática e plural, a arte tem o poder de transformar, e o artista deve se ver como alguém que, por meio do seu trabalho, busca mais do que apenas expressar sentimentos: busca também provoca a transformação na realidade.