É Carioca, Mestre em História da Arte (UERJ), Arteterapeuta (Clínica POMAR) e Artista Visual, em 2024 participou de exposições no Centro Municipal de artes Hélio Oiticica(RJ), no Centro Cultural dos Correios(RJ) , na Funarte BH, dentre outras, atualmente está cursando Curadoria no CEFART(MG) e atua em dois polos da ONG Agência do Bem(RJ). Tem como centelha poética as intersecções entre História da Arte e Arteterapia, refletindo acerca do papel e da representação das pessoas negras, sobretudo das mulheres negras, enquanto agentes ativas de suas próprias histórias. Por meio da pesquisa imagética em jornais, revistas, encartes e embalagens, busca produzir obras que abarquem as relações que se estabelecem entre autoestima, beleza, amor, solidão, esteriótipos e objetificação dos corpos negros .
Carolina é Carioca, Mestre em História da Arte (UERJ), Arteterapeuta (Clínica POMAR) e Artista Visual, em 2024 participou de exposições no Centro Municipal de artes Hélio Oiticica(RJ), no Centro Cultural dos Correios(RJ) , na Funarte BH, dentre outras, atualmente está cursando Curadoria no CEFART(MG) e atua em dois polos da ONG Agência do Bem(RJ).
Quais temas prefere explorar em suas obras?
Ainda hoje, apesar de alguns avanços, a figura de pessoas negras não é o padrão para o que se conceitua como belo. Em encartes e revistas populares, a representação dessas pessoas segue sendo mínima ou estereotipada. Nesse sentido, faz-se necessário um "resgate" das imagens dessas pessoas que, muitas vezes, vivem e convivem com essa sensação de conflito e solidão, por não se reconhecerem como figuras dignas de admiração e amor, sobretudo no caso das mulheres negras. Nas palavras de Bell Hooks: "Quando nós, mulheres negras, experimentamos a força transformadora do amor em nossas vidas, assumimos atitudes capazes de alterar completamente as estruturas sociais existentes." Assim, me instigam os temas beleza, amor e solidão sob uma perspectiva racializada. Deste modo, meu trabalho propõe explorar e valorizar a beleza e os dilemas de pessoas negras, principalmente da mulher negra, por meio de uma pesquisa imagética em jornais, revistas, encartes e embalagens, buscando produzir obras que retratem diferentes camadas de significados e que realoquem as representações de pessoas negras para além de cenários de dor e subserviência, exaltando suas conquistas e narrativas, que não precisam necessariamente ser de vultos históricos, pois também se encontra beleza em gestos simples, na rotina, naquilo que pode ser visto como ordinário..
Quais são suas fontes de inspiração?
Sou inspirada pela conjuntura dos livros que leio (incluindo a Bíblia), das músicas que ouço, das exposições e museus que visito. Essas experiências canalizam o que sinto para o suporte e norteiam as cores e os materiais que correspondem melhor às emoções experimentadas, ao mesmo tempo em que o próprio processo de criação me instiga a seguir explorando o tema de um trabalho já produzido, o que me estimula a buscar outras inspirações em novas referências para ampliar minha abordagem temática, gerando um ciclo que se renova organicamente. Em suma, me inspiro para criar vivendo e sentindo as diversas dimensões da Arte que se apresentam na fé que professo, na cultura que acesso, na rotina que repito.
Quem são as influências artísticas que impactaram seu trabalho?
A junção de diferentes técnicas, materiais e texturas, bem como a crítica social presente nos meus trabalhos, tem forte influência das pesquisas e leituras que fiz a respeito das proposições dos movimentos do Cubismo Sintético e da Pop Arte, sobretudo pelo fato de tais movimentos trabalharem amplamente com colagem e assemblage. Minhas produções também se debruçam sobre as referências que busco em artistas negras brasileiras como Rosana Paulino, Renata Felinto e Silvana Mendes, que mesclam diferentes linguagens a fim de resignificar e/ou criticar as imagens de mulheres negras em contextos de escravização, desvalorização e dor, a partir da reconstrução dessas figuras em outros cenários e contextos, visando valorizar sua dignidade e beleza.
Qual é o significado da arte em sua vida?
Em busca de desconstruir preconceitos ao redor e dentro de mim, comecei a representar e apresentar pessoas negras em minhas produções artísticas. Nessa jornada em busca de uma beleza diversa, tenho entendido e aceitado minha própria beleza, enxergando que vida e arte não se separam. Experimento diariamente sua capacidade de gerar transformação externa e interna.
A potência da arte ultrapassa o discurso puramente conceitual e comercial, pois, ainda que ela possa ser meio de sustento, não é um mero produto. Arte é vida, voz, cura, inspiração e transpiração; caminho para a conexão com Deus e com o próximo.
A arte tem sido o canal pelo qual posso ser íntegra e transmitir meu eu mais verdadeiro, sentindo e vivendo compaixão pelas mazelas do mundo, compartilhando sonhos, tristezas, força e fraquezas de maneira sincera e, por que não, bela.
A potência da arte ultrapassa o discurso puramente conceitual e comercial, pois, ainda que ela possa ser meio de sustento, não é um mero produto. Arte é vida, voz, cura, inspiração e transpiração; caminho para a conexão com Deus e com o próximo.
A arte tem sido o canal pelo qual posso ser íntegra e transmitir meu eu mais verdadeiro, sentindo e vivendo compaixão pelas mazelas do mundo, compartilhando sonhos, tristezas, força e fraquezas de maneira sincera e, por que não, bela.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
Vivemos em uma sociedade profundamente marcada por imagens, seja nas redes sociais, no consumo de produtos e até mesmo como parâmetro para avaliar pessoas. As imagens tornaram-se influenciadoras de gostos e escolhas. As Artes Visuais, nesse sentido, comunicam de forma eficiente mensagens por meio de símbolos e signos que atraem os consumidores de imagens. Mais que as palavras, essas mensagens afetam pessoas de maneira direta ou indireta e podem ser apreendidas de modo consciente ou inconsciente.
Nessa perspectiva, que considera a Arte enquanto discurso, o artista pode construir narrativas para além de sua poética pessoal, por meio de temas que o atravessam, mas também atravessam a sociedade, dando visibilidade a questões relevantes, denunciando injustiças, colocando em evidência direitos, dando voz a populações marginalizadas e, por que não, também trazendo conforto e deleite à alma.
Nessa perspectiva, que considera a Arte enquanto discurso, o artista pode construir narrativas para além de sua poética pessoal, por meio de temas que o atravessam, mas também atravessam a sociedade, dando visibilidade a questões relevantes, denunciando injustiças, colocando em evidência direitos, dando voz a populações marginalizadas e, por que não, também trazendo conforto e deleite à alma.
Para saber mais sobre o artista ou entrar em contato
Website: https://linktr.ee/carolinacastroart
Instagram: @carolina_castro.art
