Marcos Galdino, multiartista paulistano de 52 anos, reside em Aracaju, Sergipe, desde 2018. Autista, autodidata e reconhecido por sua versatilidade, transita pelas artes plásticas, fotografia, teatro, música, cinema e dança, trazendo a singularidade de sua perspectiva em cada obra. Nas artes plásticas, após anos de experimentação e maturação criativa, desenvolveu seu próprio estilo com técnicas que combinam pigmentos, resinas, óleo e água, criando texturas e efeitos únicos em suas produções. Neste final de ano, Galdino apresenta sua mais nova série de pinturas. "Inconsciente". Obras quase abstratas, sensoriais que proporcionam percepções individuais de imagens e situações baseadas em temas universais como opressão, liberdade, religião, tradições e tabus. Conectam passado, presente e futuro, frequentemente tendo mulheres como protagonistas destacando sua força e simbolismo.
Marcos Galdino, multiartista paulistano de 52 anos, reside em Aracaju, Sergipe, desde 2018. Autista, autodidata e reconhecido por sua versatilidade, transita pelas artes plásticas, fotografia, teatro, música, cinema e dança, trazendo a singularidade de sua perspectiva em cada obra. Nas artes plásticas, após anos de experimentação e maturação criativa, desenvolveu suas próprias técnicas e estilo.
De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?
Aos três anos de idade, meu pai comprou um pianinho de brinquedo e percebeu que eu tocava nele as musiquinhas que ouvia. Daí, ele arranjou um jeito de eu ter acesso ao piano de um clube, vizinho ao nosso bairro. Então fui desenvolvendo a criatividade dentro da música.
Na escola, com acesso ao material de desenho, eu reproduzia os personagens de desenhos animados que eu gostava. Mas só fui experimentar de perto tinta sobre tela, aos vinte e poucos anos, quando tive a curiosidade de comprar material e tentar algo, porém, como sempre curioso, pesquisador, eu mais fazia experiências químicas com borrões sobre as telas do que pintava de fato (risos)!
Hoje utilizo o Instagram como minha Galeria virtual. Tudo o que eu produzo, posto lá.
Na escola, com acesso ao material de desenho, eu reproduzia os personagens de desenhos animados que eu gostava. Mas só fui experimentar de perto tinta sobre tela, aos vinte e poucos anos, quando tive a curiosidade de comprar material e tentar algo, porém, como sempre curioso, pesquisador, eu mais fazia experiências químicas com borrões sobre as telas do que pintava de fato (risos)!
Hoje utilizo o Instagram como minha Galeria virtual. Tudo o que eu produzo, posto lá.
Como descreveria seu estilo artístico?
Desenvolvi meu próprio estilo ao perceber que gosto de contornos. Mas o mais importante foi aprender na prática que a obra diz como ela quer ser feita, se vc não tiver sensibilidade para perceber isso, estará brigando com ela, sua obra deixará de ser arte e passará a ser apenas uma pintura comum.
Quais temas prefere explorar em suas obras?
Já explorei o pornográfico, o erótico, o religioso, política, capitalismo, etc. Sofri muito por soltar meus bichos e forçar o mundo a engolir tudo que eu fazia. Foram muitos anos para maturar algo que agora, depois de tanta discipina para compreender o simples, o singelo, que eu tanto fazia questão de complicar, aprendi a respeitar o inconsciente, respeitar o que a obra quer e como ela quer ser reproduzida.
Agora abordo temas diversos que minha mente libera.
Nessa minha nova série "Inconsciente", tenho abordado como o ser humano se adapta a tudo, seja na paz, no luxo ou na guerra, na miséria. Tenho feito bastante o ponto de vista feminino. Mulheres dentro de tabus, religião, tradições, reprodução, liberdade, força, resiliência, etc. Num universo do presente, passado e futuro.
Agora abordo temas diversos que minha mente libera.
Nessa minha nova série "Inconsciente", tenho abordado como o ser humano se adapta a tudo, seja na paz, no luxo ou na guerra, na miséria. Tenho feito bastante o ponto de vista feminino. Mulheres dentro de tabus, religião, tradições, reprodução, liberdade, força, resiliência, etc. Num universo do presente, passado e futuro.
Como é o seu processo criativo?
Como agora estou bem disciplinado pela mente e relaxado, livre de compromissos e obrigações. Eu me permito fazer rascunhos (antes eu repudiava), daí então permito me levar pelas formas. Como tenho a "vantagem" de ver toda a obra pronta na minha cabeça, pelo menos para saber quais materiais e técnicas a serem usadas nela, vou pintando, conversando com ela e fazendo sempre o que ela quer, e ela sempre mostra com diversos sinais. Claro que é meu inconsciente, por isso o nome da série!
Quais são suas fontes de inspiração?
Nenhuma, sou autista nível um, suporte, mas já passei por fases mais severas que seriam nível dois de suporte. Além disso sou SD/AH, assim, minha mente não para, meu cérebro não dá folga, ou não tem folga! Penso o tempo todo sem parar, logo, não há inspiração, ou vem inspiração demais ao ponto de eu não conseguir identificar.
Quais materiais e técnicas você usa com mais frequência?
Pense num "professor Pardal" que fica fazendo diversas invenções e experiências! Sou assim, vivo quebrando regras e leis da química e física, misturo o que não pode até dar certo. Então, cheguei num ponto onde consigo pigmentar cores bem vivas, aquarelar onde é proibido, sujar o que não pode, enfim, sou um transgressor rebelde que conseguiu desenvolver suas próprias técnicas.
Quem são as influências artísticas que impactaram seu trabalho?
Miró e a fase preguiçosa de Picasso.
Todas, eu digo, todas as obras de Miró são eróticas, com sexo explícito mais anal do que vaginal. Mas isso é muita conversa p outra hora!
Picasso percebeu que não seguir regras é o que vale, deixou de ser detalhista, principalmente quando começaram a pagar fortunas por suas obras, a hipocrisia das pessoas levaram Picasso a brincar com isso, é um grande gênio que comeu a burguesia ainda em vida. Continua comendo após sua morte!
Todas, eu digo, todas as obras de Miró são eróticas, com sexo explícito mais anal do que vaginal. Mas isso é muita conversa p outra hora!
Picasso percebeu que não seguir regras é o que vale, deixou de ser detalhista, principalmente quando começaram a pagar fortunas por suas obras, a hipocrisia das pessoas levaram Picasso a brincar com isso, é um grande gênio que comeu a burguesia ainda em vida. Continua comendo após sua morte!
Qual é o significado da arte em sua vida?
No meu caso é um expurgo, além de grito, protesto e conversa. Para quem não é artista, a arte é alívio, recarregadora de baterias, mudança de lugar, de conceitos e amadurecimento de opiniões, é momento de gozo, de prazer e de se emocionar...
A arte é aquele alívio ao sentar no banheiro depois de um grande sufoco, e o artista é o cara que prepara esse banheiro deixando limpinho, cheirosinho e extremamente agradável.
Por conta disso, nesta nova série além das telas originais, resolvi fazer gravuras delas com reproduções limitadas assinadas uma a uma originalmente, com objetivo de tornar as obras mais acessíveis reduzindo ao máximo os custos e ampliando a possibilidade de aquisição para todos os públicos.
Então eu posso reproduzir numerar e assinar autenticando gravuras em tecido, papel, etc.
A arte é aquele alívio ao sentar no banheiro depois de um grande sufoco, e o artista é o cara que prepara esse banheiro deixando limpinho, cheirosinho e extremamente agradável.
Por conta disso, nesta nova série além das telas originais, resolvi fazer gravuras delas com reproduções limitadas assinadas uma a uma originalmente, com objetivo de tornar as obras mais acessíveis reduzindo ao máximo os custos e ampliando a possibilidade de aquisição para todos os públicos.
Então eu posso reproduzir numerar e assinar autenticando gravuras em tecido, papel, etc.