Setsuko Katayama, paulistana, iniciou a trajetória artística em 1992. Dedicando-se à pintura em aquarela e de (1992 a 2020) à orientação do curso de Linguagem Contemporânea da Aquarela em seu atelier. No trabalho artístico incorpora a reflexão: O Tempo(transformação), O Olhar(sensibilidade). Em linguagem simbólica, a artista procura expressar sua conexão com a natureza, e reflexão e sentimento que nos faz lembrar nossa condição humana. Com recortes de janelas, colagens em alto e baixo relevos sobre papel, cria novas dimensões, novas representações de pausas, rupturas, presenças, ausências que podem provocar novas dinâmicas sensoriais. Fez exposições individual, participou de coletivas no México, Chile, Chicago, Beijing. Recebeu premiações nacionais e internacional. Obras em acervos público e privado.
"O Tempo, O Olhar" ... Setsuko Katayama, paulistana, incorpora essa reflexão em suas pinturas e colagens. São Metáforas sobre a vida, a conexão com a natureza e nossa condição humana. Conhecida por suas aquarelas em grandes formatos, cores fortes e diferentes suportes. Participou de salões, exposições individual e coletivas recebendo premiações nacionais e internacional.
De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?
Eu me formei em Publicidade e Jornalismo. Atuando nessas áreas, depois de uns anos senti que não era meu caminho. Decidi começar de novo.
A arte sempre esteve comigo. Iniciei com arte cerâmica e por sincronicidade encontrei um mestre, Ubirajara Ribeiro, de quem recebi orientação artística. A partir de 1992, estabeleci um atelier e passei a me dedicar à pintura e à orientação do curso de Linguagem Contemporânea da Aquarela (encerrado em 2020). Naquela ocasião, os Salões de Arte Contemporânea( ligados à Secretarias da Cultura) eram os eventos mais credenciados para formação de currículo artístico. Minhas aquarelas eram abstrações de grandes formatos em diferentes suportes. Começaram a ser aceitas e premiadas. Com o tempo, as figuras e formas também passaram a fazer parte das minha pinturas com suas simbologias e significados.
A arte sempre esteve comigo. Iniciei com arte cerâmica e por sincronicidade encontrei um mestre, Ubirajara Ribeiro, de quem recebi orientação artística. A partir de 1992, estabeleci um atelier e passei a me dedicar à pintura e à orientação do curso de Linguagem Contemporânea da Aquarela (encerrado em 2020). Naquela ocasião, os Salões de Arte Contemporânea( ligados à Secretarias da Cultura) eram os eventos mais credenciados para formação de currículo artístico. Minhas aquarelas eram abstrações de grandes formatos em diferentes suportes. Começaram a ser aceitas e premiadas. Com o tempo, as figuras e formas também passaram a fazer parte das minha pinturas com suas simbologias e significados.
Quais temas prefere explorar em suas obras?
As ações de transformações que vão ocorrendo com o Tempo sempre me intrigam e encantam. No conceito ocidental o Tempo é linear, no conceito oriental o Tempo é circular. Em ambos eles nunca param. Gosto desse caminhar do tempo, lento e absoluto que faz o olhar sensível perceber as sutilezas que formam um todo. Gosto bastante do movimento das transições e transformações da vida. A própria Natureza nos dá muito essa noção. O momento em que uma estação do ano vai se transformar em outra. Fragmentos materiais e imateriais que foram algo num tempo e espaço, poderão ter novos significados em diferentes contextos mas trarão de alguma forma memórias anteriores para se inserirem num todo.
Como é o seu processo criativo?
Meu processo criativo começa com a inspiração que surge a partir do que meu olhar capta. Instiga minha curiosidade, suscita sentimentos.
Seja durante o fazer artístico, outros afazeres, caminhando ao acaso. Imagens e pensamentos surgem de algum lugar, do cotidiano ou de minhas "caixas" de memórias. Gosto de estar sozinha, num espaço silencioso para dar início à uma obra. É sempre uma viagem desconhecida ao pegar o pincel, ao encontro do porvir. À minha frente o papel em branco e gestos, ora por intuição, ora com hesitação, ora por paixão, ora com intenção, vão marcando suas presenças. estabelecendo relações, tomando corpo, apontando significados. A partir desse momento as séries se definem. Sei qual será o título. quais formas de apresentação, quais técnicas e materiais vou usar. Claro, podem ocorrer acasos e mudanças durante o processo.
Seja durante o fazer artístico, outros afazeres, caminhando ao acaso. Imagens e pensamentos surgem de algum lugar, do cotidiano ou de minhas "caixas" de memórias. Gosto de estar sozinha, num espaço silencioso para dar início à uma obra. É sempre uma viagem desconhecida ao pegar o pincel, ao encontro do porvir. À minha frente o papel em branco e gestos, ora por intuição, ora com hesitação, ora por paixão, ora com intenção, vão marcando suas presenças. estabelecendo relações, tomando corpo, apontando significados. A partir desse momento as séries se definem. Sei qual será o título. quais formas de apresentação, quais técnicas e materiais vou usar. Claro, podem ocorrer acasos e mudanças durante o processo.
Quais materiais e técnicas você usa com mais frequência?
Trabalhando sempre com aquarela sobre papel, em dado momento senti a necessidade de mais corpo na pintura. Comecei a usar outros suportes compatíveis com a técnica. A tela de algodão cru preparado com gesso crê se mostrou um ótimo recurso no caso. Para a técnica mista utilizo aquarela, lápis seco contè, têmpera branca, colagens, papel japonês washi , fragmentos da natureza.
Qual é o significado da arte em sua vida?
A Arte, para mim, é transformadora, catalisadora dos reinos incomunicáveis do espírito. Transforma o sonho em pensamento.
Que conselhos você ofereceria para artistas que estão começando?
Prefiro oferecer sugestões a conselhos aos artistas que estão começando. Sempre ter um olhar atento e sensível à tudo , disciplina no fazer artístico e acrescentar conhecimentos diversos. Para um trabalho ser consistente leva tempo. Apresentá-los apenas quando tiver um número razoável de obras e sentir que elas mostram sua identidade. Optar por convocatórias idôneas e que tenham peso no circuito das artes. Sempre guardar uma obra de uma fase para o acervo pessoal. Não ter muita pressa de ficar expondo à toda hora em qualquer lugar. Isso constrói lastros para suas obras e carreira.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
O artista sempre teve um papel fundamental em qualquer sociedade. Das primitivas às atuais. O artista é um mensageiro, visionário e guardião do que há de mais verdadeiro e sagrado na alma do ser humano e em sua expressão primordial.
Você participou de alguma exposição marcante que gostaria de compartilhar?
Participar de exposições sempre são marcantes para um artista. É o lugar em que mostra suas obras e sente a plenitude de um ciclo. Revendo o que já fiz, por onde expus, premiações que recebi, tudo isso me lisonjeia e sou grata. Quero compartilhar duas situações, bem do início do meu percurso, que acho interessantes. A primeira foi no XXV Salão de Arte Contemporânea de Santo André. Naquele ano, os jurados (Thomaz Ianelli, Sergio Fingerman, Jacob Klintowitz) decidiram, de forma inusitada, selecionar apenas 10 dos quase 500 inscritos e premiaram 6. Eu estava entre as 10 e uma das premiadas. A segunda foi no 25° Salão Bunkyo de Artes Plásticas. Participava com 2 instalações em cerâmica "Versos da Terra" . Uma moça visitante se aproximou e com lágrimas escorrendo me disse: "Não entendo de arte, mas suas obras me emocionaram profundamente de tão bonita" Foi o feedback mais espontâneo e sincero que recebi até hoje.
