Frnacelino Mesquita é escultor contemporâneo que trabalha com materiais da natureza, tais como: bucha do miriti (ou buriti), a tala do jupati, a raiz do mututi e a cuia pitinga, madeiras, metais e outros materiais para criar peças que desafiam as percepções de forma e equilíbrio, no qual suas obras na maioria são em estilo móbile. Suas obras são influenciadas pela natureza e pela arquitetura, resultando em esculturas que são ao mesmo tempo orgânicas e estruturadas. Sua proposta é contribuir na reflexão da importância da consciência ambiental da maior floresta tropical do mundo e com o fortalecimento do Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará. Também busca a equidade nas sua exposições com textos e etiquetas em Braille e tradutor intérprete de Libras e Já participou de diversas exposições na sua carreira de 25 anos, destacando prêmio na 26ª Mostra do Salão Arte Pará em 2007.

Francelino Mesquita, nascido em Belém/PA, é um escultor autodidata e ao longo da sua trajetória artística vem ressignificando a utilização das matérias primas extraídas da floresta amazônica, nas quais são: a bucha do miriti (ou buriti), a tala do jupati, a raiz do mututi e a cuia pitinga e sua proposta é contribuir na reflexão da importância da consciência ambiental da maior floresta tropical.

De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?
Como muitos artistas autodidata já demonstram suas habilidades na infância e a partir da minha primeira premiação em um concurso escolar com desenho, isso me impulsionou a querer a cada dia a praticar mais desenhos e com isso adquirir mais habilidade técnica e intuitiva nas práticas artísticas. E o amor pela natureza também vem me acompanhando desde essa época, onde meus pais contribuíram para isso, no qual nas idas e vindas numa área florestal e com uma belíssima praia, no qual o nome desse local se chama praia do paraíso na ilha de Mosqueiro que é Distrito de Belém/Pará. Nesta praia, além das belezas naturais, havia um casarão antigo e centenário, onde foram abrigados escravos, segundo relatos da minha tetravó materna que foi a primeira habitante dessa área florestal.

Quais temas prefere explorar em suas obras?
Temas que traz uma reflexão social e ambiental, tais como: culturas e lendas indígenas, culturas negras e ambientais quanto ao equilíbrio ambiental e extinções da fauna e flora.
Quais são suas fontes de inspiração?
Vêm principalmente das formas orgânicas da fauna, flora, rios e formas geométricas da vida cotidiana rural e urbana.

Quais materiais e técnicas você usa com mais frequência?
Ao longo de quase três décadas venho pesquisando as utilizações de recursos naturais, tais como: a bucha do miriti, a cuia pitinga, a tala do jupati a raiz do mututi e outros, nos quais esses materiais são utilizados também nos artesanatos paraense que são considerados Patrimônios Culturais e Imateriais registrados pelo IPHAN e minhas técnicas são em esculturas tipo móbile e obras vazadas na sua maioria, onde as obras flutuam no espaço projetando sombras.

Que conselhos você ofereceria para artistas que estão começando?
Não desista do seu sonho artístico, pois os obstáculos são para serem vencidos e as vitórias são o incentivo para continuar caminhando e também devem buscar mais conhecimentos teóricos e práticos para se destacar ainda mais com as bênçãos de Deus na sua carreira.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
A importância do artista na sociedade vai muito além do entretenimento. Seu papel é fundamental para o desenvolvimento intelectual, formação de opinião, inclusão social, educação e por fim, é a forma mais incrível de fazer com que as pessoas enxerguem o mundo com uma outra visão.
Independentemente do tipo de arte – seja arte visual, cinema, música, teatro, circo, literatura, entre outros – o artista é sempre o protagonista e transmissor de algo extremamente transformador.
Independentemente do tipo de arte – seja arte visual, cinema, música, teatro, circo, literatura, entre outros – o artista é sempre o protagonista e transmissor de algo extremamente transformador.



