Isabelle Nogueira ( 1963) , natural de Wenceslau Braz-Pr, é artista e arte-educadora, formada em fisioterapia, design, artes visuais e sociologia. Desde criança despertou o interesse pelas artes incentivada pela sua mãe. Foi aluna do grande mestre da pintura paranaense Andrade Lima. Sua pesquisa artística se debruça nas questões sociais com o foco na infância, exaltando na arte a diversidade, inclusão e sustentabilidade. Suas vivências na área de saúde e a arte sempre estiveram interconectadas, tornando-se base para desenvolver sua pesquisa e produção artística, favorecendo uma relação que visibiliza a diversidade racial e social disparando reflexões. Isabelle é formadora de técnicas de desenho e pintura no seu ateliê e vem trabalhando principalmente com desenho e pintura sobre diferentes suportes. Seus trabalhos vêm fazendo parte de exposições coletivas e individual em Curitiba.
Artista paranaense graduada em fisioterapia, design de moda, artes visuais e sociologia. Se debruça nas questões sociais com foco na infância, exaltando na arte a diversidade, inclusão e sustentabilidade. Através do desenho e pintura em diferentes suportes e técnicas , seus trabalhos espelham a diversidade racial e social e vêm fazendo parte de exposições coletivas e individuais em Curitiba-Pr.
Obra de arte de Isabelle Nogueira - Yvoty, a flor que brota da terra - 2023 - Técnica mista sobre papel ( aquarela, guache, pastel seco e oleoso, lápis de cor e marcadores)

De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?

Sempre tive algo em mim que me aproximava das artes desde muito pequena, mas o incentivo da minha mãe , que era professora e designer de joias, foi fundamental. Ela era minha incentivadora como também muito crítica sobre a minha produção e com isso fui cada vez mais aprimorando as técnicas. Entre 13 aos 18 anos tive grandes mestres como professores , como Andrade Lima e Poty Lazzarotto. Depois disso , cursei fisioterapia, profissão que exerci por 25 anos. Mesmo atuando na área da saúde, eu mantive a arte conectada na minha vida, tendo um pequeno ateliê ao lado de meu consultório onde eu me entregava à arte nas brechas da minha agenda profissional até que ela protagonizou sem resistência na minha vida., Da fisioterapia restaram minhas vivências impregnadas na arte, como raízes ansiosas por inclusão. meu olhar singular para a diversidade humana, minha indignação pelas questões sociais, uma busca árdua e continua pelo profundo respeito às diferenças.
Obra de arte de Isabelle Nogueira - A Rainha da Nação -  2022 - Técnica mista sobre cartão ( guache, aquarela, lápis de cor, pastel seco e marcadores)

Quais temas prefere explorar em suas obras?

Como artista visual, carrego em mim um ardente desejo por mudança social, algo que trago das minhas vivências como profissional de saúde: fomentar o respeito e a cultura de paz. Já tive a morte e a vida em minhas mãos, presenciei desesperos e alegrias e amparei sofrimentos e conquistas por longos anos. Retrato a diversidade racial e social da infância: as crianças downs, negras, bicolores, amputadas, cadeirantes, indígenas, entre outras, visibilizando as diferenças em todos os aspectos através da imagem da infância na arte, com a intencionalidade de despertar e atrair o expectador através da sua inocência embalada na esperança de um futuro melhor, mais igualitário, utilizando a imagem como um disparador para trazer questionamentos relevantes para a vida de todos nesse planeta tão necessitado de conscientização. Ao carregar na sua imagem um enovelado de fios conceituais que conduzem o indivíduo, dou voz às crianças em busca de inclusão e cultura de paz, de respeito às diferenças em busca de decolonizar o pensamento e o olhar, sensibilizando para a inclusão, o respeito como mola propulsora de paz, equidade, sustentabilidade .

Como é o seu processo criativo?

Meu processo criativo se inicia sempre por uma narrativa vinda do meu olhar , por textos e poesias que escrevo, dos momentos outrora vivenciados como profissional da saúde ,de acontecimentos que me levam a indignação e que me trazem inquietude , do meu nomadismo pelas ruas que funcionam como laboratório disparador para construir um conceito central e até mesmo das falas das crianças que me rodeiam e que se tornam ponto de partida. A partir dele, surgem referenciais imagéticos, muita pesquisa e muitos esboços produzidos.
Desse jeito, meu fazer artístico flui leve e brincante, repletos de materiais e técnicas misturadas.
Me debruço a “brincar” com cores e texturas no desenho e na pintura utilizando a sobreposição de técnicas e materiais muitas vezes intercalados , tudo numa só obra. Outras vezes , utilizo materiais recicláveis produzido colagem com meu próprio desenho produzido .

Quais materiais e técnicas você usa com mais frequência?

Crio com tudo que aparece na minha frente: sobre diversos tipos de suportes como lonas, madeira, papel, papelão, cartão ,plástico, rótulos de produtos, sacolas plásticas e embalagens e recicláveis, tecido,etc. , como também, utilizo pigmentos naturais, óleo, acrílicos ,têmperas e aquarelas, lápis de cor , lápis demográficos, marcadores e esferográficas e tudo pode ser utilizado para remeter a narrativa da qual estou construindo. Geralmente, sobre eles, utilizo diversas técnicas de desenho e pintura, todas misturadas, livre e sem ordem e até mesmo materiais de desenho e pintura que não são compatíveis uns com os outros, intercalados com verniz para produzir vínculo e textura.
Gosto de deixar minha marca mostrando minhas pinceladas , meus traços bem marcados sobre o trabalho. É como se eu deixasse pedaços de mim na obra através desses detalhes além da possível inclusão de palavras e textos que em algumas obras utilizei com o intento de fazer o expectador gastar mais tempo em frente a ela forçando sua leitura visual.
Já em uma série de trabalhos feitos no linho em que 60 crianças foram retratadas com aquarela especial, criados em 2017 ,utilizei uma tinta aquarelável criada especialmente para esse projeto por um químico . A tinta à base de água foi aromatizada com cheirinho de roupas de bebê para que estimulasse a memória afetiva e olfativa .na exposição das obras. O linho, nesse caso, foi pintado com o tecido molhado proporcionando delicadeza como a cútis do bebê.
Obra de arte de Isabelle Nogueira

Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?

Hoje, o papel do artista é amplificado; é um caleidoscópio a girar e espelhar a luz que guia a sociedade, rompendo convenções, transgredindo padrões que fecham o mundo social em caixinhas . Ele vem se equilibrando como um verdadeiro malabarista a criticidade e a criação, o grito e a denúncia, o sonhar e o provocar a realidade. Ele tem o papel de ser arauto das dores e alegrias, do sofrimento e da indignação social perante as injustiças,. Ele é um propulsor de visibilidades, abrindo possibilidades para percepção do mundo em busca de mudanças sociais e políticas, em prol de dar voz aos marginalizados, de pressionar por justiça, gritando ,desabafando visualmente, em uma luta para transpor barreiras geográficas e culturais, com intencionalidade de expor em carne viva as emoções e desafios da sua época, sendo capaz também de oferecer escapismo e beleza, compreensão de nossas individualidades para produzir transformação social.

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Obra de arte de Isabelle Nogueira

 

Obra de arte de Isabelle Nogueira

 

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