Luiz Queiroz usa da fotografia para cuidar do que lhe afeta. Captura nos vazios, sente nas paisagens, nas pessoas, nos ambientes aquilo que deve ser criado. Tem interesse no elemento humano inserido na cena, no lugar comum. Foge do óbvio e captura o acontecimento na lente, no ângulo, na deformação da perspectiva que faz a imagem ser única e potente. Estabelece um contato intuitivo e imediato da relação com a situação, com o objeto e sabe capturar o clima, como se roubasse da atmosfera a imagem, sem interferir na cena. Como um artesão da imagem, constrói ponto a pontoa atmosfera que pretende, ampliando a expressividade da sua obra. Imprime tecnicamente s u a história e s u a larga experiência como fotógrafo.
Luiz Queiroz tem um estilo próprio, marcante ereconhecido a partir da luz, impressa na pupila do olho, segredos de uma boa fotografia, o espelho do estúdio.
Luiz Queiroz tem um estilo próprio, marcante ereconhecido a partir da luz, impressa na pupila do olho, segredos de uma boa fotografia, o espelho do estúdio.
Luiz Queiroz, fotógrafo, viveu em Londres e Milão. Aprendeu com Oliviero Toscani e Bert Stern a desenvolver o olhar nas sutilezas das luzes, sombras e ângulos. Trabalhou em publicidade, moda e retratos, com agências de publicidade e revistas no Brasil e Milão. Fez exposições coletivas como a exposição de Vitoria de Gasteis, Espanha e 4 individuais como na Pinacoteca de São Bernardo do Campo.
De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?
Devido a uma enchente. Fotografo desde os 8 anos de idade. Sempre foi uma paixão. Aos 23 anos me profissionalizei. Paralelo ao trabalho profissional, obviamente fotografava por prazer mas nunca dei muita importância. Até que em 2000, perdi em uma enchente em São Paulo 90% dos meu acervo analógico. Recolhendo o que tinha sobrado, comecei a organizar o material e percebi que ali poderia ter algo a mais que simples lembranças. Agora mais velho, já fora do mercado profissional, me dedico à produção artística de forma mais intensa, o que já resultou em várias exposições e alguns fotolivros que já circulam por casas brasileiras.
Como é o seu processo criativo?
Totalmente intuitivo. Não sou um fotógrafo que sai de casa com um projeto em mente buscando por fotos específicas, nem anoto os dados de cada foto. Fotografo o que está na minha frente que me agrada e depois, em casa, tento analisar para onde aquelas imagens podem caminhar. E assim vou formando minhas séries. Tem série que fica pronta em um dia e tem outras que levam anos. Também revisito fotos antigas, que tirei anos atrás e não dei valor mas que de repente, hoje podem ser maravilhosas.
Quem são as influências artísticas que impactaram seu trabalho?
Na fotografia Cartier Bresson, Robert Mapplethorpe, Richard Avedon, o próprio Oliviero Toscani com quem trabalhei como assistente. Mas a pintura também tem sua importância. Dos mestres renascentistas, os holandeses até os impressionistas. Sempre, desde criança fui impactado pela LUZ, seja ela natural ou pintada.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
Hoje é importantíssimo embora desprezado. Estamos vivendo um misto de Idade Média e Renascimento. A ignorância e a exaltação da estupidez e burrice contra a criatividade, a beleza e a liberdade. O artista tem um trabalho importante de luta contra esse momento de preconceitos, de negação da vida e conservadorismo. É sempre nestes momentos de crise que os artistas se impõem para manter aberta a janela da evolução.
Para saber mais sobre o artista ou entrar em contato
Website: www.luizqueiroz.com
Instagram: @luizqueiroz_fotografiaearte