Lucas Sakai é artista visual nascido em São Paulo, capital, onde reside até hoje. Suas memórias mais vívidas ao longo da vida são relacionadas com o retrato de seus arredores.
Explora a potência da linguagem gráfica enquanto base para o processo criativo, relacionando esta com outros meios de produção como o desenho, a pintura e a escultura. Além disso busca na realidade da urbe, capturar um fragmento da experiência enquanto ser humano vivo habitante, onde se apropria do cenário urbano pitoresco e banal, dialogando com a memória da capital paulistana e os pormenores presentes no dia-a-dia.
Bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de SP (2023), em sua formação aprendeu as linguagens gráficas com os professores Francisco Maringelli, Helena Freddi e Paulo C. Penna, posteriormente continuando a produção no ateliê aberto de gravura do Sesc Pompeia.
Explora a potência da linguagem gráfica enquanto base para o processo criativo, relacionando esta com outros meios de produção como o desenho, a pintura e a escultura. Além disso busca na realidade da urbe, capturar um fragmento da experiência enquanto ser humano vivo habitante, onde se apropria do cenário urbano pitoresco e banal, dialogando com a memória da capital paulistana e os pormenores presentes no dia-a-dia.
Bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de SP (2023), em sua formação aprendeu as linguagens gráficas com os professores Francisco Maringelli, Helena Freddi e Paulo C. Penna, posteriormente continuando a produção no ateliê aberto de gravura do Sesc Pompeia.
Lucas Sakai é artista visual nascido em São Paulo, capital, onde reside até hoje. Explora a potência da linguagem gráfica enquanto base para o processo criativo, relacionando esta com outros meios de produção como o desenho, a pintura e a escultura. Busca na realidade da urbe, capturar um fragmento da experiência enquanto ser humano vivo habitante, onde se apropria do cenário urbano pitoresco.
Quais temas prefere explorar em suas obras?
Tematicamente, a imagem da urbe sempre foi considerada predileção entre os possíveis assuntos de inspiração para criação artística. Mais especificamente a capital paulista sobre a vista de uma janela, a arquitetura, predios, casas, estes de cunho comercial ou de moradia são dispostas neste suporte se sobrepondo e se atropelando, carregam consigo a história, o sentimento e cada pormenor de vidas agitadas e dispersas, condensadas em diversas pequenas áreas de convívio; este conjunto que traz o pertencimento e retoma a memória de quem a habita, também demonstra uma cultura híbrida intrínseca ao Brasil, abundante na cidade e que se manifesta no dia-a-dia através das construções, ruas e transeuntes.
Como é o seu processo criativo?
Pesquisa gráfica de experimentação a partir do que chamo de “Títulos-teses”, propostas que nomeiam as obras partindo de uma palavra simples, esta palavra é usada para explorar os conceitos e materialidades, auxiliando também no exercício da intuição na estampa, sempre buscando questões para além da observação e representação da urbe. Como também, busco criar um inventário de composições, matrizes modulares que possam externalizar a experiência de inserção no contexto da metrópole paulista, a partir de repetições, reafirmando a imagem gravada, em um processo de aprofundamento pessoal e reflexivo da capacidade multiplicativa de uma gravura.
Quais são suas fontes de inspiração?
Eu diria que além da própria vivência e observação cotidiana, minhas maiores inspirações partem da literatura, obras de ficção científica como “Fahrenheit 451” de Ray Bradbury e “1984” de George Orwell por exemplo, que apesar de anunciar uma ficção como a categoria já indica, traz à tona, reflexões sociais, políticas e culturais da nossa realidade; para mim o existencialismo e a curiosidade são extrapolados para além das distopias e utopias imaginadas, acabam contaminando o pensamento conceitual mesmo que indiretamente.
Outras inspirações que valem destaque são dois poemas, “Mude” de Edson Marques, um lembrete para se desvencilhar, mesmo que brevemente, das amarras cotidianas e automatismos rotineiros. Assim como “Tabacaria” de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, que por sua vez retrata o cotidiano de um cenário urbano moderno, acelerado e de constante transformação, é tão assertivo em sua poética, que facilmente pode ser relacionado com certas indagações contemporâneas, quase cem anos após sua escrita.
Outras inspirações que valem destaque são dois poemas, “Mude” de Edson Marques, um lembrete para se desvencilhar, mesmo que brevemente, das amarras cotidianas e automatismos rotineiros. Assim como “Tabacaria” de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, que por sua vez retrata o cotidiano de um cenário urbano moderno, acelerado e de constante transformação, é tão assertivo em sua poética, que facilmente pode ser relacionado com certas indagações contemporâneas, quase cem anos após sua escrita.
Quais materiais e técnicas você usa com mais frequência?
Atualmente, tenho produzido muitas estampas em madeira, cedro rosa mais especificamente, sua dureza permite incisões precisas e os veios são apresentados de forma muito sutil em uma impressão, pequenos pormenores orgânicos na composição talhada. Além disso, tenho certa inclinação para o suporte do papel, a delicadeza entra em contraponto com as paisagens urbanas, as torna fugazes, transitórias e maleáveis, com ele busco trazer um intimismo com o trabalho que possa ressoar com a vivência subjetiva da cidade.
Quem são as influências artísticas que impactaram seu trabalho?
Maria Bonomi consolidou meu ensino da gravura, inserida nas possibilidades da contemporaneidade. Seja por suas obras, entrevistas, documentários ou pelo livro de Patrícia Pedrosa (Maria Bonomi com a gravura: Do meio como fim ao meio como princípio), pude entender mais a fundo a prática de gravar; percorrer a linguagem e suas características é como estar frente a frente dos seus depoimentos. É inspiração, em todas as etapas da produção, pois a pesquisa anda junto da prática: enquanto talho as matrizes, reconheço a materialidade apresentada no discurso de Maria Bonomi; enquanto assimilo os textos e vídeos a seu respeito, retomo o que já havia produzido e a experiência em sua totalidade.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
No meu ver subjetivo, a arte é como um organismo vivo que acompanha as mudanças do tempo e espaço, em outras palavras, é como uma materialização de diferentes realidades e pensamentos, tão intrinsecamente ligadas com o momento presente, que se torna uma agente transformadora por si só, em uma relação de “mutualismo” com a sociedade. O artista, portanto, seria um mediador, dedicado a selecionar, assimilar, dissecar e traduzir o conjunto de informações a ele apresentado nos processos, técnicas e saberes da vida.