A minha prática artística é informada por um diálogo interdisciplinar, onde influências como música, literatura, mídia e cultura afrodescendente desempenham papéis fundamentais. Essas referências enriquecem minha produção criativa e promovem uma abordagem artística híbrida que transita por diversos campos culturais e estéticos. A esquizofrenia, como tema e experiência pessoal, atravessa meu trabalho, oferecendo uma perspectiva crítica sobre saúde mental e seus impactos na subjetividade artística. A música permite explorar ritmos e harmonias que se refletem na estrutura das minhas criações visuais. A literatura serve como recurso narrativo, onde texto e subtexto desconstruem e refletem questões sociais. A mídia é uma fonte de crítica e inspiração, expondo questões de representatividade e manipulação de informações.
Minha prática artística é interdisciplinar, influenciada pela música, literatura, mídia e cultura afrodescendente. Integro essas referências em uma abordagem híbrida que explora identidade e saúde mental, com foco na esquizofrenia. Minhas criações refletem questões sociais e culturais, utilizando a arte como um espaço de resistência, introspecção e crítica à globalização.
Obra de arte de Luís Só - Tritubarão, 2023 - Acrílica e Giz Pastel Oleoso sobre Tela

De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?

Minha jornada na arte começou antes que eu pudesse entender. Aos sete anos, escrevi um pequeno poema para minha mãe, e ali, sem saber, já expressava algo profundo. Ajudando minha avó Zilá com seus artesanatos, ver minha mãe, Maria Luiza, pintar almofadas e panos de prato, as palntas baixas que meu pai Boleslau criava, os desenhos infantis, gibis. As revistas, os vídeos de skate e as lições de desenho com meu amigo Cupim e Fabiano Cabral, skatistas e artistas mais velhos, me guiaram através do tempo. Hoje percebo que a arte sempre esteve comigo, como missão e profissão nessa passagem pelo Planeta Terra.

Como descreveria seu estilo artístico?

Simples, consciente e potente.
Obra de arte de Luís Só - Assim Falou Glauber Rocha - Acrílica e Giz Pastel Oleoso sobre Tela

Como é o seu processo criativo?

Trabalho de 8 a 12 horas por dia, de 5 a 6 vezes por semana, seja produzindo ou estudando.
Obra de arte de Luís Só

Quais materiais e técnicas você usa com mais frequência?

Uso materiais geralmente muito simples próximos aos que usamos no ensino fundamental, pois minha intenção é aproximar as pessoas da arte e incentivar novos artistas. Entre as técnicas estão a pintura, desenho, colagem, vídeo arte e estou iniciando na escultura em argila, também crio canções inspiradas principalmente pela poesia beatnik.

Quem são as influências artísticas que impactaram seu trabalho?

Minha avó Zilá, minha mãe Maria Luiza, meu pai Boleslau , meus amigos Cupim e Fabiano Cabral, Jim Phillips, Paulo Kapela, Goya, Yayoi Kusama, Bob Thompson, João Magalhães, Ai Weiwei, Roberto Piva, Maria Auxiliadora, Heitor dos Prazeres entre outros.

Qual é o significado da arte em sua vida?

Para mim, a arte é essa ponte que conecta o que sou com o que o outro é. Quando crio, estou compartilhando minhas emoções, minhas vivências, de uma forma que palavras, às vezes, não expressam. Através da minha arte, consigo alcançar o outro, tocar em maneiras que eu talvez não conseguisse em um diálogo comum. É como se eu abrisse uma janela para que o outro enxergue o que sinto, mas também para que ele se veja ali.
A arte me permite transcender minhas próprias fronteiras e compreender o mundo de outra perspectiva. Ela faz esse caminho de mão dupla: ao mesmo tempo que coloco algo de mim no mundo, também recebo algo de volta, uma troca de sensibilidade e percepção. Eu crio para me comunicar, para construir essa ponte que, de forma sútil, une minhas experiências a experiência de outras pessoas.
Obra de arte de Luís Só

Como você se mantém atualizado sobre as tendências do setor?

Em encontros com outros artistas, curadores, através de pesquisas, estudos e vivências.

Você participou de alguma exposição marcante que gostaria de compartilhar?

Entre 2008 e 2012, participei como artista em trânsito no projeto Papel Pinel (Instituto Philippe Pinel, Botafogo/RJ). Em 2014, vim para São Paulo e fui um dos co fundadores da Ocupação Artística Ouvidor 63 (SP). Participei da curadoria coletiva da II Bienal de Artes Ouvidor 63, indicada ao Prêmio da Revista Select de Arte e Educação em 2018. Contribuí também com o projeto Skate Point (Ocupação Ouvidor 63). Em 2020, desenvolvi a arte de um shape de skate para Rodrigo Kbeça Lima, primeiro skatista profissional assumidamente gay no Brasil. Em 2021, iniciei uma residência artística no Estúdio Lâmina (Centro/SP), culminando na minha primeira exposição individual em 2022.
Em 2024, lançamos o primeiro álbum da "Nicolas Não Tem Banda" (banda da qual sou compositor e vocalista), com músicas criadas durante nossa “Hellsidência Artística na Ocupa Ouvidor 63.
Atualmente, faço parte do grupo de artistas BASA (sob mentoria de Lucas Velloso), da Associação Cavepool Skate e Cultura., também Integro o Projeto Afro, do pesquisador e curador Deri Andrade , que é uma plataforma afro-brasileira de mapeamento e difusão de artistas negros/as/es. O projeto deseja ampliar e visibilizar a produção artística de autoria negra no Brasil. E em meu ateliê, estou desenvolvendo a série “Domingo no Parque” com estréia marcada para março de 2025

Para saber mais sobre o artista ou entrar em contato

Instagram: @bancodossonhos

 

Obra de arte de Luís Só

 

Obra de arte de Luís Só

 

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