Numa poética quase autobiográfica, formas, cores e construções imaginárias sempre povoaram a minha mente inquieta, marcada medos, segredos, culpas e descobertas solitárias.
A desconstrução das cicatrizes foi possível após entender que é permitido ousar e objetificar na minha arte as lembranças de um passado quase "destrutivo". As minhas obras nascem para expor fragilidades, denunciar manipulações, protestar contra mentiras contadas sob o viés do dualismo filosófico/religioso. A minha poética denuncia o extermínio daqueles que fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+, uma vez que o Brasil está constantemente no topo da lista como um dos países quem mais matam LGBTs no mundo.
Um grito permanente por clamor libertário/poético, indispensável para o possível entendimento sobre estar, buscar, perceber, denunciar e viver: Cada trabalho é uma catarse que legitima o orgulho de quem eu meu tornei.
A desconstrução das cicatrizes foi possível após entender que é permitido ousar e objetificar na minha arte as lembranças de um passado quase "destrutivo". As minhas obras nascem para expor fragilidades, denunciar manipulações, protestar contra mentiras contadas sob o viés do dualismo filosófico/religioso. A minha poética denuncia o extermínio daqueles que fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+, uma vez que o Brasil está constantemente no topo da lista como um dos países quem mais matam LGBTs no mundo.
Um grito permanente por clamor libertário/poético, indispensável para o possível entendimento sobre estar, buscar, perceber, denunciar e viver: Cada trabalho é uma catarse que legitima o orgulho de quem eu meu tornei.
Wagner Vidal nasceu em Minas Gerais (Junho, 1975). Passou a adolescência confrontando a dúvida e a dor em aceitar a sua sexualidade. Sua pesquisa aborda a identidade de gênero, se apropria e transforma signos do cotidiano em críticas social e política. Sua poética aponta os danos causados aos LGBTs pelas religiões judaico/cristãs e pela sociedade alicerçada no patriarcado, na heteronormatividade.
Como descreveria seu estilo artístico?
Contemporâneo. Busco valorizar muito mais a ideia do que o a estética em sim. Quero causar impacto pela mensagem que as minhas obras passam. Pelas críticas que procuro fazer em cada trabalho.
Quais temas prefere explorar em suas obras?
Minha pesquisa é totalmente voltada para a comunidade LGBTQIAPN+. Afinal, faço parte desta comunidade. Busco dar voz, apoiar, proteger e principalmente denunciar o que eu chamo de EXTERMÍNIO. Há anos o Brasil ocupa um lugar vergonhoso no ranking dos países que mais matam LGBTs no mundo. E com a crescente expansão de uma extrema direita, diria até pra lá de radical, é preciso que todos nós estejamos atentos ao que vai nos impactar diretamente. Seja uma tentativa de apagamento, de retirada de direitos e, como já disse, de exterminar nossa gente. Por isso trabalho com um poética crítica, de cobrança por mais direitos, por proteção, por informação, por educação.
Quais materiais e técnicas você usa com mais frequência?
Basicamente utilizo tinta acrílica sobre tela, já que a pintura é a principal técnica com a qual trabalho. Mas procuro não me prender 100 por cento a ela, pois acredito que o artista deve transitar pelo máximo possível de técnicas e suportes. Isso desenvolve não só a técnica, mas a própria poética artística. Eu também utilizo bastante pastel seco, nanquim, carvão, tecido, me aventuro pela linoleogravura e assim vou criando minhas composições.
Quem são as influências artísticas que impactaram seu trabalho?
Gosto bastante do artista brasileiro Leonilson, da artista inglesa Tracey Emim e do estadunidense Basquiat. Dentre os mestres do passado, me atrai muito os trabalhos do Henri de Toulouse-Lautrec e Egon Schiele.
Qual é o significado da arte em sua vida?
Arte é como uma realidade paralela onde tudo é aceitável, livre de julgamentos.
Como você se mantém atualizado sobre as tendências do setor?
É preciso estar atento o tempo inteiro. Buscar informações do mercado, o que os artistas estão produzindo, das tendências. Busco frequentar exposições, museus, galerias, participar de grupos de estudo, etc... E claro, estar atento ao que acontece no mundo virtual. Tem muita coisa sendo feita, e muita coisa boa espalhada pelas redes sociais, principalmente.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
O papel do artista é provocar quem gosta de ser provocado e incomodar quem está fazendo algo errado.
Você participou de alguma exposição marcante que gostaria de compartilhar?
Já participei de várias exposições e todas são importantes para mim. Cada uma contribuiu para o meu crescimento, para que meu trabalho chegasse a mais pessoas, para que eu conseguisse passar a minha mensagem.
