Mar (1987) é um artista multilinguagem, soteropolitano, filho de dona Marlene (in memória), pai de Sofia (uma pequena artista), e do mais novo Akin (que instaura uma nova história). Nascido na rua do triângulo, no bairro do coqueirinho atrás da costa de Itapuã, na cidade de Salvador, num tempo inalterado. Doutorando no Programa de Artes Visuais - PPGAV, na Escola de Belas Artes - EBA, da Universidade Federal da Bahia - UFBA. Pesquisa e produz artes visuais contemporânea, se dedicando a compreender conceitos de memória social, lugar e alteridade, tempo e esquecimento, e as relações de sobrevivência dedicadas a grupos sociais vulneráveis. Seu trabalho parte de uma autobiografia intrigante.
Mar é artista soteropolitano, estudante de doutorado no Programa de Pós Graduação em Artes Visuais- PPGAV, na Escola de Belas Artes-EBA da UFBA. Pesquisa e cria experiências visuais intrigantes, que questionam sua relação com o passado, abrindo espaço a outra narrativa além do sofrimento. Seu processo é diversos, conectivo e necessário a uma nova abordagem de leitura e aprendizagens em arte / vida
Como descreveria seu estilo artístico?
Já produzi dentro de várias linguagens criativas e isso me deu experiência para aproximar processos de produção. O conceito de multilinguagem é o que mais me seduz no mento, por me proporcionar a relação de pesquisa e produção num ambiente mais horizontal para exibição de minha obra.
Quais temas prefere explorar em suas obras?
Parto de uma relação autobiográfica e de memória social, mas abro estes campos para cruzar aspectos de alteridade, apagamento e sobrevivência, quando direcionados a questões mais emergentes, no que tange as minorias dispostas na sociedade. E isso já é bastante amplo, porém cada trabalho vai se interconectando e acredito que essa investigação precisa avançar e se expandir para níveis mais profundos de entendimento, por isso, a pesquisa se amplia e abre novas fontes de comunicação e produção artística.
Como é o seu processo criativo?
Pesquisar é base para o exercício de meu processo, materialidade e imagem é uma centralidade nesse fazer, mas abro margem para a escrita criativa e poética, que se amplia e toma espaço de obras. As exibições que faço, são como testes / obras, não se sabe início meio e recomeços... Gosto desse jogo de possibilidades.
Quais materiais e técnicas você usa com mais frequência?
Atualmente estou estudando vidro, barro, objetos, fotografia, poema e mesa processo enquanto campo material e de apropriação técnica. Para cada sessão de produção há uma habilidade inerente, é um aprendizado constante numa obra que se remodela por inteiro muitas vezes, não gosto da idéia de erro, mas de processo, conexões e possibilidades intuitivas.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
Ha uma esfera pessoal para isso, e para mim é questionar minha própria história e memória, depois é saber colocar estas questões para o público, enfrentá-lo de forma franca e ousada. Não acredito na arte da contemplação apenas, mas da obra enquanto elementos de comunicação, expansão de linguagens e sobrevivência, não dá sua materialidade, mas de seu entendimento.
Você participou de alguma exposição marcante que gostaria de compartilhar?
Gosto de me recordar das relações que tenho com alguns amigos e espaços do México. Já estive em atividade artística em três períodos, 2015 - 2017 e 2024, sempre aprendo com os amigos que tenho por lá, com a cidade e com as questões que eles colocam sobre historiografias e ancestralidade na construção cultural da nação. Na última visita que fiz, apresentei um exposição individual no Museo Regional de Puebla, cidade de Peubla - ME, um lugar sob direção da INAH (Instituto Nacional de Antropología e História), a emoção é latente por estar cercado por tantas sessões históricas e de memórias do lugar e do país, minha obra posta lado a lado, num desdobramento de tempo/lugar e possibilidades.
