Julia Pimenta é uma artista visual natural de São Paulo, onde reside até hoje. Especializada no uso do tear de pente-liço, tem a natureza como fio condutor de suas obras, capturando texturas, formas e detalhes que remetem ao ambiente natural. Seu trabalho é um convite à conexão com esses fragmentos de paisagens, permitindo que a imaginação leve o espectador aos lugares de origem da inspiração.
Sua admiração pela tapeçaria surgiu em 2020, ao ter seu primeiro contato com a técnica. Em 2024, que decidiu expandir sua atuação, estreando nas artes visuais com sua primeira exposição, um marco em sua trajetória. Buscando reconectar o artesanato à arte, Julia resgata o status da tapeçaria como linguagem expressiva, destacando na prática a liberdade criativa que a tecelagem propõe e subvertendo o aspecto funcional historicamente atribuído a ela.
Sua admiração pela tapeçaria surgiu em 2020, ao ter seu primeiro contato com a técnica. Em 2024, que decidiu expandir sua atuação, estreando nas artes visuais com sua primeira exposição, um marco em sua trajetória. Buscando reconectar o artesanato à arte, Julia resgata o status da tapeçaria como linguagem expressiva, destacando na prática a liberdade criativa que a tecelagem propõe e subvertendo o aspecto funcional historicamente atribuído a ela.

Julia Pimenta é uma artista visual natural de São Paulo, onde reside até hoje. Especializada no uso do tear de pente-liço, tem a natureza como fio condutor de suas obras, capturando texturas, formas e detalhes que remetem ao ambiente natural. Seu trabalho é um convite à conexão com esses fragmentos de paisagens, permitindo que a imaginação leve o espectador aos lugares de origem da inspiração.


Quais temas prefere explorar em suas obras?
A arte contemporânea tem explorado, cada vez mais, a interseção entre diferentes áreas do conhecimento, e, no meu caso, não é diferente. Minha busca por ressignificar paisagens e texturas naturais dentro da tapeçaria é uma forma de fazer dois mundos distintos dialogarem.
Tive uma infância marcada pela vivência ao ar livre e sempre me encantei com as cores e texturas criadas naturalmente — fruto do acaso e da capacidade de diferentes organismos se unirem, formando paisagens, formatos e detalhes surpreendentes. Isso sempre me fascinou, e é exatamente o que busco explorar em minhas obras: essa interconexão e interação entre diferentes elementos, que também podem ser interpretadas como uma metáfora para a interdependência e a coletividade em nossas próprias vidas.
Tive uma infância marcada pela vivência ao ar livre e sempre me encantei com as cores e texturas criadas naturalmente — fruto do acaso e da capacidade de diferentes organismos se unirem, formando paisagens, formatos e detalhes surpreendentes. Isso sempre me fascinou, e é exatamente o que busco explorar em minhas obras: essa interconexão e interação entre diferentes elementos, que também podem ser interpretadas como uma metáfora para a interdependência e a coletividade em nossas próprias vidas.
Como é o seu processo criativo?
Carrego sempre minha câmera como uma extensão do olhar, pronta para capturar os pequenos detalhes que o acaso me oferece no caminho. Um musgo que se espalha sobre a pedra, a mancha irregular de uma folha, o desenho delicado na asa de uma borboleta — fragmentos da natureza que, sob minha lente, se transformam em texturas quase invisíveis a olho nu. No instante do clique, congelo o presente, ampliando o que poderia passar despercebido.
Depois, começa outro processo: troco a lente pela intuição e traduzo essas imagens em fios, cores e texturas. Nesse momento, também deixo a intuição me guiar. Sem grandes projetos ou desenhos prévios, apenas a referência do que aquele clique — ou, muitas vezes, da minha memória — me deu. Seria quase uma petulância tentar reproduzir algo que se criou sozinho, algo que a natureza fez. Mas é inevitável não se deixar envolver pela potência do que ela nos oferece.
Depois, começa outro processo: troco a lente pela intuição e traduzo essas imagens em fios, cores e texturas. Nesse momento, também deixo a intuição me guiar. Sem grandes projetos ou desenhos prévios, apenas a referência do que aquele clique — ou, muitas vezes, da minha memória — me deu. Seria quase uma petulância tentar reproduzir algo que se criou sozinho, algo que a natureza fez. Mas é inevitável não se deixar envolver pela potência do que ela nos oferece.


Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
Acredito que todos, ou pelo menos a maioria dos artistas, atuam como grandes observadores e questionadores da sociedade, propondo novas perspectivas sobre o mundo e para o mundo. Como catalisadores de reflexões e referências, o artista pode usar sua liberdade criativa e poética para provocar diálogos, desafiar o status quo, trazer novos pontos de vista e sensibilizar o público sobre temas de interesse comum.
Para além da criação estética e do entretenimento, o artista desempenha um papel essencial na ressignificação das coisas. No meu caso, por exemplo, há uma ressignificação de práticas ancestrais e artesanais para dentro da arte contemporânea. Mas, claro, a arte também é um espaço de fuga e contemplação, permitindo que o artista evoque emoções em suas narrativas visuais e ofereça um respiro necessário no mundo de hoje.
Para além da criação estética e do entretenimento, o artista desempenha um papel essencial na ressignificação das coisas. No meu caso, por exemplo, há uma ressignificação de práticas ancestrais e artesanais para dentro da arte contemporânea. Mas, claro, a arte também é um espaço de fuga e contemplação, permitindo que o artista evoque emoções em suas narrativas visuais e ofereça um respiro necessário no mundo de hoje.


