Sou artista plástica há cerca de dez anos, mas tive relação com as artes plásticas desde criança. Para mim, sempre foi um assunto de grande interesse. Estudei no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, mas iniciei meus estudos na Universidade da Amazônia. Minha primeira participação em uma exposição foi através do meu coletivo artístico Híbrido Coletivo, em 2015, com a exposição Impressões do Sagrado: O que é sagrado para você? Estive em Exposição Portfólio 2022 em ArtLabGallery – SP; ExposiçãoCreativeCollectibles, Centro Universitário de São Paulo; ExposiçãoSalonInternational D'ArtContemporain, Carrousel Du Louvre – Paris. Posteriormente, aliei conhecimentos com outras áreas, como Maquiagem Cinematográfica (Academia Internacional de Cinema- SP) e o mundo da tatuagem, bem como seus fundamentos, através de cursos e Workshops (UP Tattoo e Skink EAD).
Artista Plástica há dez anos, natural do norte do país, 32 anos. Escritora, com dois livros publicados. Em Solo Vermelho (Kindle/Clube de Autores) e O Livro do Infortúnio (Editora Folheando) e com participação na antologia de contos de terror e suspense Não Apague as Luzes (Editora Ventos).
De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?
Acho que sempre enxerguei a vida de um jeito peculiar. As formas, as cores e histórias fantásticas sempre me deixavam maravilhada. Conforme fui crescendo, sempre apontei meus caminhos para esta direção. Mas eu sempre soube que minha leitura de mundo era muito sensível. Mas a minha virada para entrar neste ramo em definitivo aconteceu quando, já adulta, busquei dentro de mim algumas sensações perdidas em função de uma depressão. E através da arte, assim como da literatura, comecei a investigar formas de trabalhar meus próprios sentimentos, traduzindo-os de alguma maneira para o mundo.
Quais temas prefere explorar em suas obras?
Meus temas favoritos são o tédio, o cansaço, a apatia, os silêncios e vazios. Acho que muito está escondido dentro destes temas. São temas que são potenciais propostas, porque nunca se sabe realmente o que pode surgir da reflexão. Afinal, o que mais pode evocar o ato de refletir do que o silêncio?
Como é o seu processo criativo?
Meu processo criativo é muito simbólico. Geralmente as minhas obras surgem como fragmentos na minha mente. Como pequenas frases que vou desenvolvendo aos poucos. Ao longo do tempo, vou deixando a ideia amadurecer, através de leituras, pesquisas gráficas, históricas e o desenvolvimento de projetos, esboços e textos reflexivos acerca do tema.
Quais são suas fontes de inspiração?
Minha inspiração vem de muitas coisas. Principalmente dos estados de apatia e ócio e o que pode partir a partir disso. Mas tenho outras fontes de inspiração importantes, como o trabalho do arquiteto Antoni Gaudí. Grande parte de minha inspiração também provém da literatura, como Antes do Baile Verde de Lygia Fagundes Teles, Eva Luna de Isabel Allende, Água Viva de Clarice Lispector e a Antologia Poética de Florbela Espanca.
Quem são as influências artísticas que impactaram seu trabalho?
Sofri de grandes influências estruturais como o modernismo brasileiro e a semana de 22. De fato, foram influencias cruciais em minha produção. Mas, não posso deixar de citar pontualmente algumas das grandes mulheres que passaram por mim, no qual eu me inspirei, que são Frida Kahlo, Tarsila do Amaral, Paula Rego e Anita Malfatti.
Que conselhos você ofereceria para artistas que estão começando?
Meu conselho para os artistas que estão começando é o que eu daria para quem começa em qualquer coisa na vida: não desista jamais. Lute pelo seu espaço e pelo que lhe pertence. Crie estratégias para a sua carreira e não recue. Muitos passos podem parecer difíceis, mas é um caminho que vale a pena. É o legado que fica para o futuro, para a cultura e para a história. Lute pelos seus sonhos e lute pelo que pode oferecer de bom para o mundo.