Zanotto, artista plástico de Curitiba, explora em grandes formatos, com técnica mista, as nuances de dificuldades, medos e angústias que atravessam a vida. Em um país onde viver de arte é um desafio, sua obra inspira ao mostrar como a arte pode salvar — primeiro a si mesmo, depois quem observa. Seu trabalho é um convite à introspecção e ao renascimento.
Zanotto, artista plástico de Curitiba, explora em grandes formatos, com técnica mista, as nuances de dificuldades, medos e angústias que atravessam a vida. Em um país onde viver de arte é um desafio, sua obra inspira ao mostrar como a arte pode salvar — primeiro a si mesmo, depois quem observa. Seu trabalho é um convite à introspecção e ao renascimento.
De que maneira começou sua jornada no mundo da arte?
Minha jornada começou no encontro entre a ilustração e a fotografia, mas foi na tatuagem, onde atuei por 13 anos, que mergulhei no ofício da criação. Desde criança, desenhar era meu refúgio, e na adolescência, crises existenciais e a sombra da depressão me levaram a buscar algo que silenciasse meu caos. Foi na pintura que encontrei alívio e significado. Cada momento artístico me salvava e continua salvando, transformando dor em beleza.
Como descreveria seu estilo artístico?
Meu estilo é um diálogo entre o realismo e o abstracionismo, onde as formas se encontram e se perdem, criando um espaço para a emoção habitar.
Quais temas prefere explorar em suas obras?
Exploro a essência das emoções humanas, especialmente através dos retratos. Olhares carregados de intensidade e sutileza revelam uma poesia que fala do que sinto enquanto crio. Cada rosto é um espelho do instante em que o pinto, um reflexo do que carrego e quero expressar.
Como é o seu processo criativo?
Meu processo é uma dança entre o método e a liberdade. Começo selecionando imagens que me tocam, mergulho em estudos e referências, e me inspiro no que vivo: músicas, viagens, sabores, filmes, pessoas. A criação é um constante experimentar, errar e aprender, sem imposições ou barreiras. Aceito minhas limitações, mas nunca me acomodo. Sempre parece faltar algo, e é essa lacuna que me impulsiona a continuar. A arte, para mim, é um ciclo infinito de busca e transformação.
Quais são suas fontes de inspiração?
Eu tenho uma parada muito clara, de forma bem sincera, as pessoas que me inspiram estão muito próximas de mim. Talvez soe estranho, mas não quero citar grandes nomes da arte, mas sim meus amigos, músicas do dia a dia, pessoas que me deixam chegar perto delas, pessoas “normais” que causam grandes impactos na sociedade dentro do seu contexto e sua escala. Pequenas ações podem gerar grandes inspirações, e poder abraçar as pessoas que admiro, é minha maior fonte de inspiração.
Qual é o significado da arte em sua vida?
A arte me salvou e continua salvando, todos os dias. É minha parceira inseparável, uma entidade que quase consigo visualizar ao meu lado, caminhando comigo.
Como você se mantém atualizado sobre as tendências do setor?
Eu vivo o mundo ao meu redor. As tendências nascem das nossas dores, desejos e da forma como sentimos o presente. Sou parte desse sistema falho, sensível às irregularidades e empático com elas. Experimento tudo o que posso, absorvendo o contemporâneo em sua essência, mas sem perder meu olhar crítico. O modismo virá depois; o que importa é o agora, é o que vivemos.
Qual é o papel do artista na sociedade de hoje?
Provocar reflexões. O artista é um espelho que convida as pessoas a enxergarem suas próprias vidas e sentirem além da superfície.
Para saber mais sobre o artista ou entrar em contato
Website: www.zanotto.studio
Instagram: @zanotto.studio